A reprodução assistida é um avanço significativo na área da medicina reprodutiva, proporcionando esperança e oportunidades para casais que enfrentam dificuldades na concepção. Além de ajudar casais heterossexuais, a reprodução assistida também desempenha um papel crucial em auxiliar casais homoafetivos a realizar o sonho de formar uma família.
Para casais homoafetivos, a reprodução assistida oferece diversas opções que podem ser adaptadas segundo as preferências e circunstâncias individuais.
Uma das técnicas mais comumente utilizadas é a inseminação intrauterina (IIU), em que o esperma de um doador é colocado diretamente no útero da mulher que deseja engravidar. Esse procedimento pode ser realizado com o uso de medicamentos que estimulam a ovulação, aumentando as chances de sucesso.
Outra técnica amplamente utilizada é a fertilização in vitro (FIV), na qual os óvulos da mulher são coletados e fertilizados em laboratório com o esperma do doador ou de um dos parceiros. Os embriões resultantes são então transferidos para o útero da mulher, para alcançar uma gravidez. A FIV também oferece a possibilidade de utilizar um útero de substituição, quando necessário.
Além dessas técnicas, a doação de óvulos ou esperma é uma opção viável para casais homoafetivos. Nesse caso, um doador anônimo pode fornecer os gametas necessários para a fertilização, permitindo que o casal tenha uma gestação compartilhada ou alternada entre as parceiras.
Um aspecto importante a ser mencionado quando se trata de reprodução assistida para casais homoafetivos é a opção do útero de substituição, também conhecido como barriga de aluguel. Essa técnica envolve o uso do útero de uma mulher (a “barriga de aluguel”) para gestar o embrião do casal.
É uma opção valiosa para casais em que uma das parceiras não pode ou não deseja carregar a gestação. O útero de substituição proporciona uma oportunidade de envolvimento e participação direta de ambos os parceiros no processo reprodutivo, permitindo que a família homoafetiva seja formada de maneira compartilhada e íntima.
É importante ressaltar que a decisão de recorrer à reprodução assistida é pessoal e deve ser tomada com base em informações adequadas e apoio emocional.
É recomendado que os casais homoafetivos busquem clínicas especializadas em reprodução assistida, com profissionais experientes e sensíveis às suas necessidades específicas.
Conversei com um casal de mães que está vivendo essa experiência única e inspiradora, e elas compartilharam conosco suas emoções e aprendizados.
Resumindo um pouco de sua história, essas duas mamães, Paula e Carol, do @2maesporai, se conhecem há muitos anos e se reencontraram oito anos atrás. Após oficializar a união em julho de 2022, apenas um mês após o casamento, iniciaram o processo de fertilização assistida.
Para alegria delas, a gestação ocorreu na primeira tentativa, e agora estão com 22 semanas esperando uma linda menina chamada Maria Luiza.
Ao refletirem sobre suas experiências, elas deixaram algumas dicas e mensagens para casais que estão pensando em iniciar a jornada da fertilização assistida.
“Acreditem que vale a pena, mas é importante estar preparado. O processo pode ser doloroso, tanto física quanto emocionalmente, além de envolver um investimento financeiro. Nem todas as pessoas têm acesso a essa opção, infelizmente. Portanto, é fundamental que o casal esteja bem alinhado, preparado para os desafios ao longo do caminho e tenha uma rede de apoio sólida.”
Para quem está pensando em partir para esse processo, conversei com Eliana Morita, médica especialista em reprodução humana e diretora do CITI Hinode, e ela destaca alguns pontos essenciais quando se trata do atendimento a casais homoafetivos:
a. Inclusão e respeito: É fundamental que a clínica seja inclusiva e respeitosa em relação à diversidade sexual e de gênero, proporcionando um ambiente acolhedor, seguro e livre de preconceitos.
b. Experiência com a comunidade LGBTQIA+: Uma clínica que possua experiência específica no atendimento a casais homoafetivos será capaz de oferecer um suporte adequado, compreender suas necessidades específicas e fornecer orientações apropriadas.
c. Opções de tratamento adaptadas: A clínica deve disponibilizar uma variedade de opções de tratamento adequadas para casais homoafetivos, incluindo inseminação artificial, fertilização in vitro e útero de substituição, levando em consideração as necessidades individuais de cada casal.
d. Orientação legal e ética: É importante que a clínica possa fornecer uma orientação adequada sobre questões legais e éticas relacionadas à reprodução assistida para casais homoafetivos, como direitos parentais e doadores de gametas.
e. Suporte psicológico: Passar pelo processo de reprodução assistida pode ser emocionalmente desafiador. Portanto, é essencial que a clínica ofereça suporte psicológico especializado para auxiliar os casais a lidarem com as emoções e o estresse associados ao tratamento.
Neste Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ e Mês Mundial da Conscientização da Infertilidade, espero que possamos celebrar o amor, a coragem e a determinação dessas famílias, sejam elas heterossexuais ou homoafetivas. Que suas histórias inspirem e tragam esperança para todos os que desejam trilhar o caminho da parentalidade através da fertilização assistida.